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domingo, 24 de abril de 2016

No balé da bola arteira


atravesso olhar diáfano 
ao lado  descansa o punhal
tolhido por minha aventura
pinga o suor 
coagulado 
tremula a mão que sorri
risca o meu desejo 
sofre agonia latente
transcrita entre parênteses 
naquele dia 
minh’alma  acorda febril
sintetiza meu prazer
hoje só quero  viver 
dormir  no rabo do gato 
enroscado num novelo 
sentir  o vento doce 
acariciar as mãos 
comer biscoitos de vento 
mastigar  felicidade
no balé da bola arteira
estocada no fundo da rede

Ivy Gomide 


Poesia premiada com menção honrosa no Concurso de Literatura UFF de 2014