
ENTRE AVENCAS PECA-A-DOR
Ivy Gomide
Entre avencas que transpiram vento
mordo ar na combustão da praia
líquido transtorno
infame delírio
rasgo-me em veias
sangram cortes
realidade dispersa
comprime estrelas azuis
perdem-se os passos
de meus dedos
não os posso alcançar
deus fulmina em mais um gole
no olhar do pecador
peca-a-dor
onde estás?
Perguntam as avencas
com lágrimas poluídas
chora a chuva
de-molhada-mente.
* 2008 *
Este poema faz parte da Coletânea dos 44 melhores poemas de 2008. Antologia do Concurso de poesia sa Abraci.
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